Isso quem disse foi Merval Pereira no seu comentário no dia 10 de junho de 2009, pela Rádio CBN, às 12:15, no programa do Sardenberg, baseado na opinião de Monte Negro, do IBOPE.
04/06/2009
Maior que a crise
Lula é o primeiro presidente pobre do Brasil.
Só isso lhe dá uma vantagem extraordinária sobre seus antecessores, já que governar o Brasil ainda é, essencialmente, governar pobres.
Lula sabe muito melhor que seus antecessores o que essa maioria esmagadora e esmagada quer. Um visionário orgânico. Por isso sua defesa do assistencialismo, do salário mínimo, da inflação baixa, da estabilidade. Daí sua popularidade.
A crise pouco arranhou sua aprovação popular. De 70% de ótimo/bom em novembro, Lula caiu a 65% em março, mas logo voltou a subir para 69% em maio, revela o Datafolha.
Ou seja, a maior crise econômica global em décadas parece ter sido mera marola para a aprovação do presidente.
E o país ainda se sai relativamente bem na crise. O sistema financeiro, epicentro da hecatombe global, aqui está forte e nos fortalece, apesar da demonização estúpida dos banqueiros. O soluço dos bancos pequenos foi bem resolvido pelo Banco Central, sem a necessidade de gasto público. O crédito voltou, mais competitivo, e avança no essencial setor imobiliário. As desonerações de carros e outros bens de consumo seguram uma parte da indústria ao menos, e o PAC, mesmo lento, já movimenta alguns grandes canteiros pelo país.
Bons economistas preveem o PIB brasileiro crescendo a um ritmo de 5%, 6% perto da eleição presidencial de 2010. O Brasil pode sair maior do que entrou na crise. Lula também.
Acredito na análise de Kennedy Alencar, de que o petista não quer o terceiro mandato consecutivo. Mas ele será uma sombra inescapável na disputa pela sua sucessão. O PT terá ainda a máquina pública, cada vez maior e mais aparelhada, e um programa de obras, o PAC, cheio de licitações e oportunidades.
Ah, e uma oposição frouxa.
O caminho para Dilma Rousseff nunca esteve tão aberto. Só vai depender dela.
Sérgio Malbergier é editor do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo. Foi editor do caderno Mundo (2000-2004), correspondente em Londres (1994) e enviado especial a países como Iraque, Israel e Venezuela, entre outros. Dirigiu dois curta-metragens, "A Árvore" (1986) e "Carô no Inferno" (1987). Escreve para a Folha Online às quintas.E-mail: smalberg@uol.com.br
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