sábado, 29 de maio de 2010

Achou seu candidato

Principal Home TV Carta Maior Blog do Emir Sader Colunistas Análise & Opinião Arte & Cultura Direitos Humanos Economia Educação Humor Internacional Meio Ambiente Movimentos Sociais Política Radio Carta Maior Cartas dos Leitores Mesa de Controvérsias Especiais .TXT 10 Anos de FSM: Diferentes Olhares 1ª Conferência Nacional Rural Sustentável e Solidária 1ª Conferência de Comunicação Social da Bahia A Venezuela do Século XXI Acorde Agricultura Familiar e Reforma Agrária Ao Arqueólogo do Futuro Arquivos da Ditatura Arte e Educação Astral Maior - 2007 Bioenergia Capitalismo em Crise Claquete Conferência Reforma Agrária 2006 Crônicas - Acervo 2007 Culturas Populares Diversidade Social e Biológica Diálogos da Bacia do Prata Diário da Nova Bolívia Diários do Xingu Eleições na América Latina/2006 Em Estado de Arte Estradas do Brasil Etanol e Biodiesel na Agricultura Familiar Exploração e Abuso Sexual Febem Futuro da Esquerda Golpe Militar 40 anos IV Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária Indios na Cidade Latinautas Lusofonia MOP/COP Marighella Vive Massacre em Gaza Ocupação na Reitoria da USP Política Cultural Primeira Pessoa RCTV Remoto Controle Rio São Francisco SP (quase) parada Segurança Pública Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Seminário Latino-Americano de Justiça de Transição Sucessão no Vaticano Trabalho Escravo X REAF Mercosul Fórum Social Mundial 10º FSM 2010 3º FSM 2003 4º FSM 2004 5º FSM 2005 6º FSM 2006 7º FSM 2007 9º FSM 2009 Américas 2004 Educação Mundial 2004 Europeu 2004 Fórum Cultural Mundial 2004 Fórum Cultural Mundial 2006 Fórum das Águas 2003 Fórum das Águas 2005 Mediterrâneo 2005 Nordestino 2004 Preparatórios e Temáticos 2005 Reforma Agrária 2004 English | Español | Français | Português Política| 28/05/2010 | Copyleft
Envie para um amigo Versão para Impressão EDITORIAL

A direita, enfim, achou seu candidato

Depois do Mercosul, o novo alvo de Serra é a Bolívia. Para azar do pré-candidato tucano e sorte do Brasil e do mundo, a era Bush chegou ao fim. Algum assessor com um mínimo de lucidez e informação bem que poderia avisá-lo das mudanças que estão em curso no mundo. Mas se o ex-governador de São Paulo decidiu abraçar por inteiro a agenda da direita no Brasil, na América Latina e nos Estados Unidos, faz sentido ele lutar pela restauração da velha ordem. Pode-se dizer, então, que, enfim, a direita achou um candidato à presidência do Brasil.

Editorial - Carta Maior

“A questão”, ponderou Alice, “é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem tantas coisas diferentes”.

“A questão”, replicou Humpty Dumpty, “é saber quem é que manda. É só isso”.
Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas (cap.6).

As declarações do ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, acusando o governo boliviano de ser “cúmplice de traficantes”, além de levianas e irresponsáveis, podem acabar se voltando contra o próprio autor. Pela lógica da argumentação de Serra, não seria possível a exportação de cocaína a partir da Bolívia sem a conivência e/ou participação das autoridades daquele país. Bem, se é assim, alguém poderia dizer também que Serra é cúmplice do PCC (Primeiro Comando da Capital), da violência e do tráfico de drogas em São Paulo. “Você acha que toda violência e tráfico de drogas em São Paulo seria possível se o governo de lá não fosse cúmplice?” – poderia perguntar alguém, parafraseando Serra.

Neste mesmo contexto, cabe lembrar ainda as declarações do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, preso em 2007 no Brasil, que, em um depoimento à Justiça Federal em São Paulo, disse: “Para acabar com o tráfico de drogas em São Paulo, basta fechar o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos)”. As denúncias de um traficante valem o que ele vale. Neste caso valeram, ao menos, o interesse da Justiça Federal em investigar a possibilidade de ligação entre o tráfico de drogas e a corrupção policial, possibilidade esta que parece não habitar o horizonte de Serra. O pré-candidato foi governador de São Paulo, mas afirma não ter nada a ver com isso. A culpa é da Bolívia.

Há método na aparente loucura do pré-candidato do PSDB. O fato de ter repetido as acusações levianas contra o governo de um país vizinho – e amigo, sim – do Brasil mostra que Serra acredita que pode ganhar votos com elas. Trata-se de um comportamento que revela traços interessantes da personalidade do pré-candidato e da estratégia de sua candidatura. Em primeiro lugar, mostra uma curiosa seletividade geográfica: em sua diatribe contra governos latino-americanos, Serra esqueceu de acusar a Colômbia como “cúmplice do narcotráfico”. Esquecimento, na verdade, que expõe mais ainda o caráter leviano da estratégia. Trata-se, simplesmente, de atacar governos considerados “amigos” do governo brasileiro.

Em segundo lugar, mostra uma postura irresponsável do pré-candidato, tomando a palavra aí em seu sentido literal, a saber, aquele que não responde por seus atos. Antes de apontar o dedo acusador para o governo de um país vizinho, Serra poderia visitar algumas ruas localizadas no centro velho de São Paulo que foram tomadas por traficantes e dependentes de drogas. Serra já ouviu falar da Cracolândia? Junto com a administração Kassab, um governo amigo como gosta de dizer, fez alguma coisa para resolver o problema? Imagine, Sr. Serra, 200 pessoas sob o efeito do crack gritando sob a sua janela, numa madrugada interminável ... Surreal? Na Cracolância é normal. E isso ocorre na sua cidade, não na Bolívia. Ocorre na capital do Estado onde o senhor foi eleito para governar e trabalhar para resolver, entre outros, esse tipo de problema. Mas é mais fácil, claro, acusar outro país pelo problema, ainda mais se esse outro país for governado por um índio.

E aí aparece o terceiro e mais perverso traço da estratégia de Serra: um racismo mal dissimulado. Quem decide apostar na estratégia do vale-tudo para ganhar um voto não hesita em dialogar com toda sorte de preconceito existente em nossa sociedade. Acusar o governo de Evo Morales de ser cúmplice do tráfico, além de ignorar criminosamente os esforços feitos atualmente pelo governo boliviano para combater o tráfico, aposta na força do preconceito contra Evo Morales, que já se manifestou várias vezes na imprensa brasileira por ocasião das disputas envolvendo o gás boliviano. Apostando neste imaginário perverso, acusar um índio boliviano de ser cúmplice do tráfico de drogas parece ser “mais negócio” do que acusar um branco de classe média que sabe usar boas gravatas. Alguém com Álvaro Uribe, por exemplo...

E, em quarto, mas não menos importante lugar, as declarações do pré-candidato tucano indicam um retrocesso de proporções gigantescas na política externa brasileira, caso fosse eleito presidente da República. Mais uma vez aqui, há método na loucura tucana. Não é por acaso que essas declarações surgem no exato momento em que o Brasil desponta como um ator de peso na política global, defendendo o caminho do diálogo e da negociação ao invés da via das armas, da destruição e da morte. Como assinala José Luís Fiori em artigo publicado nesta página:

A mensagem foi clara: o Brasil quer ser uma potencia global e usará sua influência para ajudar a moldar o mundo, além de suas fronteiras. E o sucesso do Acordo já consagrou uma nova posição de autonomia do Brasil, com relação aos Estados Unidos, Inglaterra e França (...) O jornal O Globo foi quem acertou em cheio, ao prever - com perfeita lucidez - na véspera do Acordo, que o sucesso da mediação do presidente Lula com o Irã projetaria o Brasil, definitivamente, no cenário mundial. O que de fato aconteceu, estabelecendo uma descontinuidade definitiva com relação à política externa do governo FHC, que foi, ao mesmo tempo, provinciana e deslumbrada, e submissa aos juízos e decisões estratégicas das grandes potências.

As últimas linhas do texto de Fiori resumem o que está por trás da estratégia de Serra de chamar o Mercosul de “farsa”, de acusar o governo da Bolívia de cumplicidade com o tráfico, de criticar a iniciativa do governo brasileiro em ajudar a evitar uma nova guerra no Oriente Médio. Curiosa e tristemente, essa estratégia, entre outros lamentáveis problemas, sofre de um atraso histórico dramático. Para azar de Serra e sorte do Brasil e do mundo, a doutrina Bush chegou ao fim. No dia 27 de maio, o governo dos EUA anunciou sua nova doutrina de segurança nacional que abandonou o conceito de “guerra preventiva” como elemento definidor da estratégia da política externa norte-americana. Algum assessor com um mínimo de lucidez e informação bem que poderia avisar ao pré-candidato tucano das
mudanças que estão em curso no mundo, especialmente do final da era Bush. Mas se ele decidiu abraçar por inteiro a agenda da direita no Brasil, na América Latina e nos Estados Unidos, faz sentido lutar pela restauração da velha ordem. Pode-se dizer, então, que, enfim, a direita achou um candidato à presidência do Brasil.

Envie para um amigo Versão para Impressão

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dupla do baralho e de Serra.


Não se pode negar a esperteza desses dois senhores de Brasília. Além de tudo, apesar de tudo os dois eminentes são admirados por FHC e Serra. Serra desejava o ARRUDÃO como seu Vice e FHC recebeu em sua casa o ïlustre Roriz. Política tem dessas coisas: admirações mútuas. Esses são os que querem UM BRASIL MELHOR! Para quem?

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Serra agora culpa a Bolivia

Como sempre, assim como Serra, esse é o pensamento da oposição no geral. Falar que a Bolivia seja um dos principais problemas da entrada drogas vindas daquele país. Serra fala de forma de acusação aquele país.
Por qual razão, eu pergunto, de que de há muito esse assunto revela-se com a Colombia, mas por ser o governo boliviano que pensa difernte e contestador da forma que o país era dirigido no passado, Serra se esqueceu de dizer que esse problema é antigo que governo algum deu cabo a esse problema cruel que são as drogas. Hoje a oposição daqui do Brasil faz ouvido de mercador quando se pergunta por qual razão governos anteriores nunca deram qualquer solução.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Torço muito pelo Dunga

Com muita tristeza tenho ouvido as rádios do sistema Globo fazendo críticas ä Seleção de futebol que hoje partiu para a África.
Não comungo totalmente com o Dunga, mas daí ser pejorativo até com a Seleção acho que está sendo demais. Penso que faz parte de esquema politico eleitoral, onde o momento é propício para a oposição que usa a parceria com a imprensa do contra para fazer uma aposta de uma possível derrota, que todos que lá vão participar estão sujeitos.
Ouvindo pela manhã a CBN, ainda me contentei com o que disse a comandante do horário, que abriu a memória de alguns participantes do programa quanto as desordens
havidas em copas passadas. Foi bom esse comentário, pois alguns jornalistas estão atropelando os fatos, sendo que cada um tem seu modo de dirigir uma equipe de futebol.
Muito fácil falar ou escrever. Opinar depois do "jogo jogado" é muito fácil e dessa forma qualquer que seja o resultado daa competição para um comentarista ou torcedor a fómula seria outra do que a do Dunga.

Acho que Franklin Martins está certo

“Acho que os 'jornalões' gostam um pouco de contar essa história de que o governo quer controlar a imprensa. No entanto, posso garantir uma coisa: nunca houve, na história deste país, um clima de liberdade de imprensa tão grande como existe hoje. Os jornais são livres para publicarem tudo, inclusive as mentiras que queiram. E ninguém é perseguido por causa disso”, disse o ministro, após palestra no Congresso Mega Brasil de Comunicação 2010.

Para ele, os próprios leitores já perceberam as intenções de alguns jornais e fazem cobranças pelo bom jornalismo. “Os jornais precisam voltar a respeitar mais a inteligência do leitor, serem mais plurais e não acharem que tem que puxar o leitor pelo nariz para cá ou para lá. Isso não é bom jornalismo. E os jornais vão descobrir isso. Se não descobrirem pelo seu movimento interno, descobrirão porque a sociedade exigirá mudanças nos jornais”, afirmou.”
Matéria Completa, ::Aqui::

domingo, 23 de maio de 2010

Situção bizarra

Do blog do Alon:

A bizarrice da nossa legislação eleitoral chegou ao paroxismo nestas semanas. Se não alcançamos ainda o limite do nonsense, talvez estejamos perto.

Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff vêm sendo seguidamente multados por “campanha antecipada”. O “crime” deriva de uma jabuticaba: aqui a lei prevê dia certo para o início oficial da campanha. Antes disso, nem o candidato pode dizer que é — mesmo sendo —, nem ninguém pode pedir votos para o candidato.

Conte isso a um cidadão de outro país e nos verá como uma nação de loucos. Mas nem tanto. As penas aplicadas pela Justiça são leves, embutem ótima relação custo benefício. Ou seja, nem os tribunais levam a coisa a sério.

Qual seria a saída? Mais rigor? Ou menos? Eu fico com a segunda opção. Todos deveriam ter o direito de fazer campanha na hora em que desejassem, com todos os adereços. Arrecadação inclusive. O que a democracia brasileira perderia? Nada.

O problema da oposição em maio não esteve nos supostos excessos cometidos pela candidatura oficial. A subida de Dilma nas pesquisas aconteceu porque desde o Dia do Trabalho Lula está no campo de jogo, e jogando. Aconteceu agora, como teria acontecido em julho/agosto. Foi só questão de datas.

O fato é que o PT, em todas as esferas, testa os limites, para alavancar seu projeto de continuidade. Faz o papel dele. Nem Lula nem o partido estão preocupados em promover qualquer aperfeiçoamento estrutural das instituições. Também aqui seguem o exemplo dos antecessores.

Há porém um detalhe. Pode-se acusar o PT de escarnecer das regras, mas não de as ter mudado em proveito próprio. Se você quer achar o Arquimedes, procure-o fora do PT. Se o partido de Lula encontra jeito de usar o poder como ponto de apoio para mover o mundo, inclusive nas eleições, é porque já recebeu a receita pronta. E também o bolo.

Quando no Planalto, o PSDB implantou a reeleição (que eu acho boa) e reduziu o tempo de campanha no rádio e na televisão (medida que achei ruim). E instituiu a regra da desincompatibilização assimétrica (péssima). Se você é parlamentar ou concorre à reeleição, pode fazê-lo no cargo. Já se você tem um cargo e vai desafiar um candidato à reeleição, precisa renunciar meio ano antes.

Também foi o PSDB a entronizar o BNDES e os fundos de pensão das estatais como donos do capitalismo brasileiro. O PT só teve o trabalho de tomar conta da máquina e colocá-la para trabalhar no rumo adequado aos novos donos do poder.

Uma acusação que não se faz ao PT é ter inventado a atual política brasileira. A legenda adaptou-se a ela. Agora os adversários lamentam e protestam. Quando as posições se inverterem, um dia, os papeis também se inverterão.

Há alguma saída? Talvez o caminho devesse apontar na contramão do que exige a opinião púbica. Menos regulamentos, menos limites, mais liberdade para a ação política.