terça-feira, 14 de julho de 2009

Esse é o César...o Maia.

14 de julho de 2009


PROMESSAS E IMPRENSA!

1. A concorrência na imprensa, hoje, passa pela velocidade com que se identificam e publicam os fatos e pela exclusividade nessa publicação. Mais ainda agora, com o jornalismo-online de profissionais e amadores. Na medida em que essa é uma lógica vertebral, aqueles que precisam da mídia espontânea para divulgar e dar legitimidade a suas ações precisam entrar nesta lógica: velocidade+exclusividade.

2. Assim são os governos. Todos os recursos que usam em publicidade valem politicamente menos que a cobertura espontânea. Alguns pensam que a publicidade pode criar boa vontade da imprensa. Bem, pode, no jornalismo periférico. Mas na grande imprensa, isso ou não ocorre sistematicamente, ou dura pouco. De um lado há a velha piada sobre a alternativa entre a notícia e a mãe. Do outro a concorrência, que não deixará para outro veículo a denúncia de um escândalo com seu anunciante.

3. Para os governos entrarem na lógica da velocidade-exclusividade, eles têm que renovar promessas todos os dias, seja um modo novo de enfrentar antigos problemas, seja uma ação ou obra nova. Não há dia que na grande imprensa -especialmente na imprensa escrita- os governantes não inventem uma nova promessa, de forma a conseguir destaque para ela. E quando garantem exclusividade, ela ganha destaque, por compromisso na exclusividade.

4. Animados com esse jogo, renovam promessas todos os dias. Muitas vezes com a apresentação dos projetos em atos cenográficos. Meses depois se vê que nada, absolutamente nada ocorreu. Um levantamento diagonal feito em capitais na grande imprensa das mesmas, mostra que pelo menos 80% dessas promessas de afogadilho fazem água.

5. Um assessor de imprensa de governos (sênior-aposentado) dizia que "pelo menos, se aquelas promessas locais frustram um bairro, podem ficar para os demais como se tivessem sido cumpridas e dão a sensação de um governo realizador". O único perdedor nesse jogo de falsas-promessas é a credibilidade de quem publica. Um levantamento detalhado poderia comprovar com números exatos. Há tantas teses de mestrado e doutorado repetitivas ou inócuas na área de comunicação, que essa poderia ser uma delas.

Fonte: blog de César Maia.

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