“A
reação dos comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da
Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ameaçando pedir demissão caso o
presidente da República não revogue alguns trechos do Plano Nacional de
Direitos Humanos 3- que cria a Comissão de Verdade para apurar torturas
e desaparecimentos durante o regime militar, revela a triste face de um
estamento que ainda não se deu conta que a reconstituição da guerra dos
porões é um desafio que não mais comporta tutelas.
O inferno foi
aqui, faz parte do domínio da história. É necessário revolvê-la,
vasculhá-la pela ótica dos carcereiros, para que a sociedade reencontre
sua memória para a desejável consolidação da democracia profunda. É
preciso dar um basta aos que, se dizendo ameaçados de revanche, a ela
se antecipam vislumbrando nos defensores dos Direitos Humanos uma
motivação “terrorista”. Sintomático é que essa é a mesma linguagem que
os jornais reproduzem docilmente desde os anos mais duros da ditadura.
As
palavras do ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista ao Jornal
do Brasil (edição de 3/1/2009) não deixam margem para qualquer dúvida:
“Não se trata de uma prestação de contas das Forças Armadas. Os
torturadores são indivíduos que montaram aparatos paralelos e a grande
maioria deles era civil. É bom lembrar também para quem os defende que
a primeira pessoa que desmontou um aparelho paralelo foi o general
Ernesto Geisel ao extinguir a Operação Bandeirantes. Se o chefe de um
regime autoritário teve a coragem de fazer, como é que os civis da
democracia não têm coragem de prosseguir esse trabalho?”
Artigo Completo, ::Aqui::
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