Deputado Emiliano aponta "desvio ético" da mídia.
Os
alunos de jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
(UFRB) promoveram na última quarta-feira o "II Ciclo de Ética na
Mídia", em Cachoeira (BA). A mesa de debates contou com a participação
do deputado Emiliano José (PT-BA), jornalista e professor de comunicação.
Emiliano
falou sobre o funcionamento da ética nos meios de comunicação do Brasil
e afirmou que a mídia tem uma atitude de não querer ser observada, de
não permitir o olhar crítico da sociedade sobre o seu desempenho e
postura. “Há o papel educativo nos meios de comunicação e devemos
incentivá-lo. Mas muitos programas desenvolvem papel deseducativo, um
desvio ético sério”.
Segundo o
deputado, a imprensa brasileira tem nítida posição política e ajudou a
construir o regime militar. “A mídia decidiu derrubar Getúlio Vargas,
que foi levado ao suicídio para abortar o golpe por 10 anos. A mídia
não tem nenhuma inocência nisso. A Rede Globo era o diário oficial da
ditadura, mas não foi só ela. Claro que havia uma imprensa alternativa
para fazer o que os veículos dominantes não faziam, mas funcionava
clandestinamente, à base da censura e repressão”.
Quanto
à Comissão Nacional da Verdade, assunto que está dando o que falar no
meio político, Emiliano afirma que a mídia está totalmente contra ela e
que os últimos episódios envolvendo o Plano Nacional de Direitos
Humanos poderiam render uma tese. “Na Argentina e em outros países da
América do Sul alguns generais já foram presos. Pinochet foi detido em
Londres e depois julgado em seu país. Mas o torturador brasileiro
Carlos Alberto Brilhante Ustra está solto, e os jornais não tratam
disso. A mídia no Brasil é um escândalo ético”.
A
professora de jornalismo da Universidade Federal da Bahia Malu Fontes
ressaltou que os profissionais não devem se formar para agradar o
mercado e que todos devem ter um princípio ético, fazer escolhas. Ela
citou alguns desafios que os jornalistas devem enfrentar: implantar uma
nova lei de imprensa, retomar a obrigatoriedade do diploma e mudar o
conservadorismo e a forma de abordagem da mídia dominante.
Já
a professora Raquel Cibelo falou sobre a ética na internet, que se
tornou uma forte ferramenta virtual de opinião pública. "Não só os
jornalistas fazem parte deste universo, mas sim todas as pessoas que
querem expressar opinião. Eu defendo a liberdade de imprensa. A ética
está no indivíduo, que a transmite de várias maneiras. A ética garante
a credibilidade da informação".
Minha opinião:
Já havia me manifestado o quanto deve ser duro para aquele ou aquela jovem que ao serem perguntados o que estão estudando, respondem com voz firme e cheia de entusiasmo: JORNALISTMO. Mas, depois...
Tenho exemplo de jovens bem próximos que assim se pronunciavam e que hoje... estão noutra profissão.
Qual a razão? Uma delas é a falta de vagas, mas o principal fato é a decepção, pois julgavam que jornalismo é a pessoa ser dona de suas ideias, mas não, deve exprimir o que lhes determinam que escrevam. Há grandes interesses comerciais e politicos por detrás disso tudo e daí a decepção de muitos.
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