O balão de ensaio lançado pela mídia pode ter como
objetivo trabalhar o imaginário da população com a possibilidade do
presidente do Senado, José Sarney, vir a assumir a presidência da
República. Não é segredo para ninguém a percepção negativa que o
ex-presidente tem entre os brasileiros, sobretudo após as denúncias das
quais foi alvo recentemente.
Procurado pela imprensa para "repercutir" a
"notícia" sobre a suposta licença do presidente, Sarney disse que nunca
foi procurado por Lula para conversar sobre a possibilidade de assumir a
Presidência da República. "Isso não existe, não tem fundamento. Se o
presidente não se licenciou para a candidatura dele [em 2006], por que
vai se licenciar para a candidatura de uma outra pessoa?", questionou,
ao lembrar a reeleição de Lula, quando o presidente se manteve no cargo
mesmo candidato.
Pela Constituição Federal, Sarney é o terceiro na
linha sucessória, atrás do vice-presidente da República e do presidente
da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Depois de Sarney, cabe ao presidente
do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, assumir o comando do
país na ausência do titular.O vice-presidente José Alencar é cotado para
disputar o governo de Minas Gerais ou uma vaga no Senado. Já Michel
Temer é o nome escolhido pela cúpula do PMDB para ser indicado à
vice-presidência da República na chapa de Dilma.
Oposição aumenta
um ponto
Fiéis ao velho ditado de "quem conta um conto
aumenta um ponto", lideranças da oposição se apressaram em "condenar" a
licença que Lula nunca cogitou.
A senadora Marina Silva,
pré-candidata do PV à Presidência da República, comentou que a suposta
licença demonstra "uma certa insegurança". "Liderar um país como o
Brasil na Presidência da República requer uma afirmação dos postulantes a
essa liderança e isso não é algo para deixar para depois de ganhar as
eleições. O momento de ganhar as eleições é o momento dessa liderança e
isso confirma talvez uma certa insegurança no processo político", disse
ela.
Já
para o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), a decisão seria "coerente" se
o presidente se afastasse desde já das suas funções uma vez que avalia
que o petista já deu início à campanha da pré-candidata do PT ao Palácio
do Planalto. "Acho que, se o presidente quer ser isento da máquina,
tem que se afastar agora. Se quer demonstrar isenção, tem que sair
agora. Licença em setembro é golpe eleitoral", disse o indignado
Heráclito, dando respaldo para a "maluquice" lançada pelo colunista
Ilimar Franco, do O Globo.
Da redação,
com agências
com agências
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