sexta-feira, 13 de agosto de 2010

UAI, mas que visão de futuro é esse ? Não diziam que ...

PIB mineiro pode perder participação no cenário nacional

Zulmira Furbino - Estado de Minas

Publicação: 13/08/2010 06:27
Onde estará a economia mineira nos próximos 15 anos? Mais ou menos onde sempre esteve, o que pode levar o estado a perder participação no cenário nacional e a aumentar as desigualdades intrarregionais. Estudo realizado pela Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostra que o aumento da participação dos setores extrativos, de metalurgia e siderurgia no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, combinado com a desaceleração das exportações, levarão a uma queda de 0,6 ponto percentual – de 9,1% para 8,5% – na participação do estado na economia nacional. E também a um aprofundamento da desigualdade: a participação da Região Metropolitana de Belo Horizonte no PIB mineiro crescerá de 55% em 2007 para 57,4% em 2025. Enquanto isso, o Vale do Jequitinhonha perderá representatividade, saindo de 0,8% do PIB estadual para 0,7% no mesmo período.

O cenário traçado pelos professores da UFMG mostra que, nos próximos cinco anos, as exportações ainda crescerão muito, mas a partir de 2015 a tendência é de desaceleração. “Não há dúvidas de que a economia mineira se especializou no setor mínero-metalúrgico, porque isso trouxe uma vantagem importante para o estado. Mas, lá na frente, quando a economia nacional mudar o seu foco, essa especialização pode não ser mais tão benéfica”, diz Edson Domingues, professor da Face/UFMG e um dos autores da pesquisa. Entre 2012 e 2025, de acordo com as projeções, o país entrará numa fase de crescimento sustentado a uma taxa de 4,5% ao ano. Esta expansão será puxada pelo consumo interno, que responderá por mais de 60% de toda a renda nacional, com tendência expressiva de crescimento..

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Para Jane Noronha, professora de economia da Universidade Newton Paiva, as perspectivas traçadas pelo estudo da UFMG fazem sentido. “Além de baixo valor agregado, o minério é vulnerável à cotação internacional. Não há alternativas para absorver eventuais quedas do mercado externo dentro do mercado interno”, sustenta. Foi o que ocorreu no ano passado, durante a crise global, lembra Domingues. “A economia mineira caiu violentamente. Isso dá ideia do que pode acontecer quando o setor exportador desacelera”. O professor explica que o levantamento não é uma previsão do futuro. “Apenas indica que, se o estado quiser aumentar sua participação na economia brasileira, será preciso diversificar sua indústria”.

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