segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ELES SE AMAM. COISAS DE GENTE RICA-PSDB



11/10/2009
Alckmin, 60%, sua o rosto para tourear Aloysio, 2%
Eduardo Knapp/FolhaTomado pelos índices de pesquisa, Geraldo Alckmin é um portento.

Visto pelo número de desafetos que o rodeiam, é favorito à derrota.

Alckmin quer voltar à cadeira de governador de São Paulo.

Pesquisas feitas sob encomenda do PSDB atribuiem a ele 60% das intenções de voto.

Nas mesmas sondagens, Aloysio Nunes Ferreira, tucano como Alckmin, aparece com 2%.

A despeito disso, Aloysio pode prevalecer sobre Alckmin no partido.

Para desassossego do favorito, a escolha do candidato passa pelo gabinete do governador José Serra, que morre de amores pelo azarão.

Na raia de 2010, Alckmin cavalga três apostas perdidas –2004, 2006 e 2008. Em todas elas aparece na foto puxando o tapete de Serra.

Em 2004, governador, Alckmin tentou impor um secretário, Saulo de Castro (Segurança), como candidato a prefeito. Deu Serra.

Em 2006, ainda governador, Alckmin tornou-se, de novo, estorvo de Serra. Prevaleceu sobre ele como presidenciável do PSDB.

Em 2008, dois anos depois da derrota para Lula, Alckmin virou, novamente, pedra no caminho de Serra.

De prefeito, Serra ascendera ao governo do Estado. Mas deixara na prefeitura o vice ‘demo’ Gilberto Kassab. E queria reelegê-lo.

Serra fizera uma oferta a Alckmin: apoiando o Kassab-2008, iria a 2010 como um candidato inquestionável ao governo de São Paulo.

Alckmin refugou a oferta. Favorito nas pesquisas, desafiou Kassab. Não foi nem ao segundo turno.

Desqualificar Alckmin pelas apostas erradas é bobagem. Não se faz política sem apostar. Apostando-se, perde-se ou ganha-se. É da vida.

O problema é que, desempregado, Alckmin virou secretário de Desenvolvimento do governo Serra.

Ao admitir o desafeto em sua equipe, Serra posou de magnânimo. E Alckmin, de derrotado, ficou com a cara do apostador que sai do pano verde sem as roupas.

Para complicar, o rival Aloysio Nunes chefia a Casa Civil de Serra. Além de ser a sombra do governador, controla o orçamento das emendas.

É Aloysio quem libera as verbas para as obras que os deputados estaduais plantam no Orçamento. O que faz dele um colecionador de simpatias.

Os representantes do PSDB na Assembléia Legislativa são contados em 23. Desses, pelo menos 20 apoiam Aloysio.

Em privado, o prefeito Kassab diz que, na hora em que a onça for ao riacho, Serra servirá água fresca a Aloysio, não a Alckmin.

Uma das raposas mais felpudas da política brasileira, Ulysses Guimarães, deixou um legado de ensinamentos. Num deles, lecionou:

“Você não pode estar tão próximo que amanhã não possa estar distante, nem tão distante que amanhã não possa se aproximar”.

A distância que Alckmin tomou de Serra talvez seja um intervalo demasiado grande para ser percorrido no curto espaço que o separa da candidatura de 2010.
Escrito por Josias de Souza às 22h33
Comentários (19) Enviar por e-mail Permalink
(Como diz o Serra: estamos trabalhando... hummm). Na politica com toda certeza há muito tempo.

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