terça-feira, 11 de agosto de 2009


Planalto e líderes tentam acordo para inocentar Sarney e Virgílio
Renan e Sérgio Guerra dizem que guerra de representações no Conselho de Ética não interessa a ninguém
Vera Rosa e Christiane Samarco (Estadão 11 de agosto 2009)
O governo e os principais líderes aliados e da oposição já trabalham abertamente em favor de um "acordão" entre o PMDB e o PSDB para resolver a crise no Senado. Mesmo considerada difícil, a saída política para o impasse começou a ser construída ontem por interlocutores de peso dos dois partidos, na tentativa de salvar tanto o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).Em conversas reservadas, porém, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deram a senha para a trégua: pediram que os tucanos não ponham mais combustível na crise, se não quiserem ver o PMDB esticar novamente a corda.Os principais articuladores da negociação são os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR); do PMDB, Renan Calheiros (AL); do PT, Aloízio Mercadante (SP), e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Nem todos, porém, têm falado a mesma língua e há estocadas de parte a parte.


FHC
Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entrou na negociação e falou longamente ontem com Virgílio, por telefone. FHC sugeriu a ele "moderação, moderação e moderação". Com a ajuda dos advogados Técio Lins e Silva e Fernando Neves, Virgílio preparou uma defesa técnica, que será entregue hoje ao presidente do conselho, senador Paulo Duque (PMDB-RJ). Além disso, decidiu quitar numa única parcela a dívida de R$ 210 mil com o Senado por ter pago salário a um funcionário de seu gabinete que ficou 18 meses estudando teatro em Barcelona."Essa guerra de representações não serve a ninguém, muito menos à instituição", insistiu Sérgio Guerra, também alvo de denúncias (veja na página 6). "O PMDB entende que essa batalha não ajuda na solução do processo. Só agrava", emendou Renan.Para o governo, o PSDB "queimou pontes" e precisa fazer um recuo estratégico para evitar que a disputa com o PMDB se torne sangrenta. Um auxiliar de Lula disse ao Estado que, se isso não ocorrer, "a coisa terminará mal" porque "vai sobrar para todo mundo".

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