sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Como indagaria um eleitor: tudo de novo?

Copiado do blog do Noblat

Crônica de uma derrota anunciada

A escolha de Alckmin para enfrentar Lula

06/03/2006 10:29
O dilema de Serra
O senador Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, desembarcou ontem à noite em São Paulo disposto a arrancar uma definição do prefeito José Serra.
Afinal, ele quer ou não ser o candidato do partido à sucessão de Lula? Se a resposta for um "sim" incondicional, Tasso tentará vencer a resistência do governador Geraldo Alckmin ao nome de Serra.
Dispõe para isso de sólidos argumentos. As pesquisas de intenção de voto apontam Serra como o único candidato com chances de derrotar Lula.
A maioria dos deputados, senadores e líderes regionais do partido preferem Serra. E a Santíssima Trindade (Tasso, Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves) acha que Serra é o primeiro da fila.
Tasso não ouvirá um "sim" incondicional de Serra. Tudo bem que o prefeito seja o primeiro da fila dentro do PSDB. E tudo bem que ele queira ser uma vez mais candidato a presidente.
Sabe que é agora ou nunca. Mas para que diga o "sim"que Tasso gostaria de ouvir, Serra precisa ter certeza de que Alckmin não fará corpo mole.
Ele nem espera mais que Alckmin saia por aí defendendo sua escolha com entusiasmo. A mais recente pesquisa do IBOPE mostrou que Alckmin e Serra desfrutam do mesmo grau de aprovação em São Paulo.
Serra deseja, apenas, que Alckmin e sua turma não o atrapalhem. E que Aécio de fato o ajude para valer em Minas Gerais.
Não foi o que aconteceu em 2002. Aécio cuidou de sua eleição para o governo de Minas, fingiu não ver o fortalecimento por lá da candidatura de Lula e deixou Serra na mão ou quase na mão.
Como Serra pode almejar derrotar Lula se for torpedeado por Alckmin em São Paulo e esquecido por Aécio em Minas? Alckmin joga na insegurança de Serra. Em 1994, Alckmin era presidente do PSDB paulista e Serra quis ser candidato a governador. Marcos Covas quis também.
Diante da insistência de Serra, Alckmin propôs que ele enfrentasse Covas em uma eleição interna do partido. Serra recuou. Covas se elegeu e se reelegeu em 1998.
Serra foi para o sacrifício em 1996 quando concordou na última hora em disputar a prefeitura de São Paulo contra Luiza Erundina (PT) e Celso Pitta (apoiado por Paulo Maluf).
Não tinha a mínima condição de vencer. Erundina havia sido prefeita e era popular. Maluf fizera uma administração bem avaliada. Votar em Pitta seria votar em Maluf.
Deu Pitta. Serra ficou em terceiro lugar.
Foi de novo para o sacrifício em 2002 como candidato a presidente de um governo impopular - o de Fernando Henrique Cardoso.
As pesquisas indicavam que os eleitores se inclinavam por uma terceira via - nem Serra, nem Lula.
Talvez Ciro Gomes. Mas Ciro errou muito durante a campanha. E Lula adquiriu a cara da terceira via.
A essa altura, a candidatura de Serra à sucessão de Lula depende mais do PSDB do que dele.

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