quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Se não se entendem, também não entendem de Brasil.

"A Executiva Nacional e o candidato a presidente precisam escolher um profissional de marketing que entenda de Brasil como um todo, que o discurso feito para o Nordeste seja comum aos discursos do Sul e Sudeste", acrescentou o deputado, envolvido nas discussões sobre a sucessão dentro da legenda.
A insatisfação não é nova, remonta à derrota do partido pelo PT na campanha nacional passada.
"Não ouve ninguém, não entende de Brasil. Há uma insatisfação geral no PSDB. Só o Serra gosta dele", disse um senador tucano sob compromisso do anonimato.
Recentemente, o incômodo transformou-se em pressão por sua saída.
Em uma ruidosa entrevista ao jornal "Valor Econômico", González reclamou da desarticulação de políticos tucanos para contra-atacar o governo na disputa presidencial de 2006, citando nominalmente o atual presidente da sigla, senador Sérgio Guerra (PE), na época coordenador-geral da campanha do candidato Geraldo Alckmin, e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), então no comando do partido e de quem seria suposto desafeto.
Fogo amigo

O chamado "fogo amigo" dá-se a um ano das eleições e antes mesmo de o PSDB definir quem será seu candidato em 2010, se o próprio Serra --franco favorito nas pesquisas-- ou o governador de Minas, Aécio Neves.
Enquanto o clima ameaça atingir estado de fervura no flanco oposicionista, o lado adversário se mobiliza de olho em 2010 com desenvoltura. Nela, João Santana, o mesmo que trabalhou na campanha pela reeleição de Lula, já foi escolhido o estrategista da pré-candidata Dilma Rousseff.
O PT ainda acabou de contratar a empresa de Ben Self, o homem que fez a revolucionária campanha de internet para Barack Obama.
"Esta campanha vai ser muito difícil. O objetivo do PSDB não é ganhar São Paulo, é ganhar o Brasil", alertou a deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO).
"Gostaria de ter certeza de que o González tem compreensão das diferenças existentes no Brasil", completou.
Já Tasso Jereissati não quis falar da suposta pressão. Ofereceu-se, porém, a dar a receita de um bom marqueteiro: "Tem que ser humilde, aceitar críticas. Tem que conhecer muito bem o Brasil, a psicologia do eleitor, que é muito diferente entre as regiões do país."
"É preciso que ele saiba como trabalhar essas diferenças (regionais) e cobrar barato", completou.
Sobre o valor da campanha, porém, nenhum tucano se aventurou a revelar, nem mesmo em confidência.
(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)
Folha

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