sábado, 18 de julho de 2009

Uns não outros mais otimistas.



Mas eu estou otimista...



Carta Capital.
O crescimento torna-se uma possibilidade concreta para o Brasil, ainda em 2009. As expectativas do mercado, captadas pela pesquisa Focus do Banco Central, ainda são de retração no Produto Interno Bruto (PIB), mas a previsão média de queda passou de -0,55% para -0,34% nas últimas semanas. Para 2010, espera-se alta de 3,5% no PIB. O governo diz ser possível chegar a 4,5%. Ganham espaço as apostas em uma forte recuperação no segundo semestre, bastante não apenas para zerar os efeitos da turbulência nos primeiros seis meses, mas para inverter o sinal e tornar positivo o desempenho da economia neste ano. A avaliação dos analistas, hoje, é de que o impacto mais nocivo da crise financeira internacional foi sentido pela indústria, que só agora dá sinais de conclusão de um processo de ajuste à nova realidade. As boas notícias vêm do lado da demanda. De acordo com o IBGE, o comércio registrou alta de 4% em maio, na comparação com o mesmo período de 2008, e os consumidores revelam em pesquisas a disposição para tomar empréstimos e gastar mais nos próximos meses. O movimento consistente de queda dos juros e oferta de crédito pelos bancos dá o aval a quem quer comparar a conjuntura atual a um copo meio cheio, e não meio vazio. “O quadro para o crescimento positivo em 2009 está pronto”, defende o professor da Faculdade de Economia da USP Celso Grisi. Ele dirige o Instituto de Pesquisas Fractal, especializado em estudos de crédito, e observa a tendência de demanda crescente do brasileiro pelos empréstimos consignados e financiamentos imobiliários. Números do BC dão conta de uma alta de 20,5% nas operações do sistema financeiro nacional nos últimos doze meses. A reação da economia, segundo Grisi, conta também com o impulso das entradas de capital no País. O total de investimentos externos diretos somou, até abril, 8,6 bilhões de dólares. A previsão do BC para junho é de mais 1,5 bilhão de dólares. “De um lado, as exportações nacionais estão cada vez mais dependentes do comportamento mundial das commodities e as vendas ao exterior são condicionadas à recuperação da atividade econômica mundial. De outro, a permanência dos fluxos de capitais para o Brasil aponta para a continuidade do processo de modernização da economia e de ganhos de competitividade pelo incremento tecnológico que isso representa”, avalia o economista. “Resta esperar para que a crise financeira não traga outros imprevistos e que o governo continue a acertar nas políticas macroeconômicas.” Uma das últimas medidas anticrise anunciadas pelo governo, a criação do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), pode representar, de acordo com o professor da USP, a remoção de um dos últimos obstáculos à recuperação da economia: a falta de crédito para as empresas. A carência se deve, em parte, à redução de carteiras dos bancos dependentes de recursos externos, sobretudo pelo efeito da valorização do real. A escassez de recursos e a queda de demanda externa provocaram um abalo na indústria brasileira que ainda não foi contornado. A última pesquisa de emprego da Fiesp revelou que as empresas paulistas fecharam mais 8 mil vagas em junho, o que eleva os cortes para um total de 54,5 mil no primeiro semestre. A queda foi de 0,36% em relação a maio. O número contrasta com o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do governo, positivo em 119,5 mil postos de trabalho em junho e em quase 300 mil desde janeiro. Nos primeiros seis meses de 2008, o resultado era positivo em 1,36 milhão de contratações.

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